1986/87 (Footage 9 from Icarus, Contemplation & Dream - english subtitles) from MichelAngelo BuonaRoti on Vimeo.
Trecho do meu livro "Ícaro, Contemplação & Sonho":
1986 — MADONAS E SAGRADAS FAMÍLIAS
O traço continuava se transformando, refinando a anatomia, num ritmo próprio, impermeável a qualquer esforço consciente, sempre dentro das mesmas temáticas. Eu sentia haver nessas temáticas um universo infinito de ideias e composições por ser descoberto. Eram problemas artísticos que eu havia pesquisado muito na minha outra vida, e não tinha tido a liberdade de me expressar por causa deste ou daquele cânone religioso. Logo de imediato, saí desenhando e modelando Madonas pelo puro prazer de investigar a relação entre as imagens da mãe e do filho e aprofundar o discurso teológico sobre a transcendência cristã. Imagens da iconografia religiosa da vida italiana ocupavam a mente e me traziam lembranças pontuais, como um esboço de me-
mória que fiz de um desenho que o Leonardo da Vinci certa vez apresentou ao público e fiquei tomado de inveja dele.
Era tanta ideia anotada em papéis diversos que nem sabia o que fazer depois. Talvez eu só
quisesse mesmo pensar o tema novamente. Hoje, observando com distanciamento o que produzi, a minha conclusão é uma só: bastam as séries de desenhos de Madonas e Sagradas Famílias para a minha identidade artística ficar provada fisicamente. É intimidade demais com composições tão complexas.
O meu entusiasmo com toda essa temática religiosa não tem como ser explicado a não ser por pura expressão daquilo que fui na outra vida. Como alguém que amadureceu suas referências culturais na praia, praticando surfe, vendo revistas e filmes de surfe e sem jamais escutar uma única explicação sobre o significado místico-religioso das representações de Madonas e Sagradas Famílias poderia dominar essa arte assim? Como?
Trecho do meu livro "Ícaro, Contemplação & Sonho":
1986 — MADONAS E SAGRADAS FAMÍLIAS
O traço continuava se transformando, refinando a anatomia, num ritmo próprio, impermeável a qualquer esforço consciente, sempre dentro das mesmas temáticas. Eu sentia haver nessas temáticas um universo infinito de ideias e composições por ser descoberto. Eram problemas artísticos que eu havia pesquisado muito na minha outra vida, e não tinha tido a liberdade de me expressar por causa deste ou daquele cânone religioso. Logo de imediato, saí desenhando e modelando Madonas pelo puro prazer de investigar a relação entre as imagens da mãe e do filho e aprofundar o discurso teológico sobre a transcendência cristã. Imagens da iconografia religiosa da vida italiana ocupavam a mente e me traziam lembranças pontuais, como um esboço de me-
mória que fiz de um desenho que o Leonardo da Vinci certa vez apresentou ao público e fiquei tomado de inveja dele.
Era tanta ideia anotada em papéis diversos que nem sabia o que fazer depois. Talvez eu só
quisesse mesmo pensar o tema novamente. Hoje, observando com distanciamento o que produzi, a minha conclusão é uma só: bastam as séries de desenhos de Madonas e Sagradas Famílias para a minha identidade artística ficar provada fisicamente. É intimidade demais com composições tão complexas.
O meu entusiasmo com toda essa temática religiosa não tem como ser explicado a não ser por pura expressão daquilo que fui na outra vida. Como alguém que amadureceu suas referências culturais na praia, praticando surfe, vendo revistas e filmes de surfe e sem jamais escutar uma única explicação sobre o significado místico-religioso das representações de Madonas e Sagradas Famílias poderia dominar essa arte assim? Como?
Nenhum comentário:
Postar um comentário