Icarus, Contemplation & Dream (english subtitles) - Ícaro, Contemplação & Sonho.

Icarus, Contemplation & Dream is a documentary film where Michelangelo explains how he discovered himself trapped inside Eurico Poggi's mind. The remembering of Vittoria Colonna's death reveals the link between the two minds. The developments search for a way out of the emotional turmoil.

Icaro, Contemplação e Sonho é um documentário onde Michelangelo explica como ele se descobriu preso na mente de Eurico Poggi. A lembrança da morte de Vittoria Colonna revela a ligação que existe entre as duas mentes. A saída da tormenta emocional aconteceu através de uma pesquisa na arte.

quarta-feira, 2 de março de 2011

1983/1 (Footage 5 from Icarus, Contemplation & Dream)

1983/1 (Footage 5 from Icarus, Contemplation & Dream) from MichelAngelo BuonaRoti on Vimeo.

Olá, pessoal
Não tem natal, ano novo, nada. Para mim, todas as datas comemorativas não passam de ordem unida de uma sociedade bêbada de artificialidades para suportar o próprio porre semanal de vazio existencial. Não pensem na própria alma em espelhos eventuais e nem meditem sobre nada do que escrevo aqui, pois não quero ser acusado de incentivo aos prováveis suicídios. Vamos torcer pelas abstrações tradicionais, pelas abstrações da sua faixa etária (de acordo com seu grupo social, claro) e mentalizar os resultados das pesquisas de marketing para entendermos a vida! Façam isso, sim! A felicidade está, sim, na imagem social porque os mistérios da condição humana só podem ser compreendidos com incontáveis viagens ao exterior. Pelo menos, é isso o que muitos sugerem, entre arrotos ensaiados de suas próprias superficialidades. "Aquilo que eles consideram realidade humana se esgota nos valores de consumo do outro, da sociedade!… PQP… Como podem viver assim?… Não… Não é possível… Isso deve ser só para manter a imagem… Só pode ser…", me espanto, sempre.
Como eu poderia voltar à realidade da vida presente, e ir torcer no maracanã, por exemplo, carregando um fardo de vivências que pulveriza a minha percepção do agora? Como??? No último post, eu apresentei a transcendência que me conduz através do tempo e que, até hoje, não apresentou uma única oscilação em seu desconcertante sentido. Mesmo quando eu lutava contra a ideia de "ser" Michelangelo Buonarroti e lutava para "ser" Carlos Eurico Poggi, julgando tudo pela lógica rasa da vida em sociedade, nunca deixei de notar quão infantil é a ilusão coletiva que rege o jogo de aparências. E sempre me perguntava: "Como conseguem acreditar nessas padronizações? Expectativas materiais e desejos codificados traduzem toda a natureza humana??? PQP!!!". Não me admira que tudo acabe sendo explicado por sensações químicas e realizações biológicas.
Meus pontos de contato com o mundo exterior não podem mais ser vividos dentro da ordem unida da sociedade. Por mais que eu descreva as experiências que vivi no absurdo ano de 1983, nem de longe vou conseguir mostrar o esfacelamento da realidade que enfrentei, e continuo enfrentando, por ter a vida ocupada pela transcendência que se mostrou inteira para mim até dezembro daquele ano. A última definição que escutei sobre o meu caso – "estigma religioso" – é mais uma tentativa de redução a normalidades conhecidas. Contudo, não poderia fechar a semana dedicada à Vittoria Colonna sem voltar àquele começo de semestre. Os momentos que antecederam a lembrança da Vittoria na banca de jornal da Rua Real Grandeza foram meus últimos minutos como "Carlos Eurico Poggi" ainda dentro do cenário de sua vida original. Nunca vou esquecer do que eu pensava e da firmeza dos meus passos na calçada que, sepultando a estranha arte renascentista vinda do nada, optava pelo rumo seguro da vida conhecida.
Até aquele final de fevereiro, quando finalmente eu descobri um livro que atestava a verdade da minha emoção ao lembrar da morte da Vittoria (não há como ter certeza que eu tenha encontrado esse livro exatamente em 25 de fevereiro), por mais experiências estranhas que já tivesse vivido, nunca tinha perdido o foco da realidade do mundo e suas urgências materiais. Naquele momento, porém, como explicar a mim mesmo as crises de choro pela simples pronúncia do nome Vittoria Colonna? Crises de choro que, 17 anos depois, ainda ocorreram! Como explicar apenas este transtorno emocional? Não havia consciência mundana que pudesse resistir a descontroles sem origem na presente vida. Não havia consciência mundana que não percebesse a lógica de algo que transcende, sem nenhum esforço da imaginação, a ordem do mundo.
No último post, eu expliquei o absurdo que tenho vivido ao falar que "existiu" um "Carlos Eurico Poggi", em outro "universo possível", cuja vida nada teve a ver com a minha atual. Sei que isto soa como arrependimento das "escolhas" que fiz na vida, mas não é. (Diante da lembrança da Vittoria e suas consequências emocionais, vocês acham que eu tinha escolha???). Se hoje estou à vontade para revelar algo tão controverso como esta minha percepção, sobre um suposto "Carlos Eurico Poggi" original e sua suposta vida original, ignorando a lógica óbvia da nossa existência, só posso estar sendo movido por experiências que comprovam o que estou dizendo.
Em 1983, depois da lembrança da Vittoria em fevereiro, aconteceu o segundo ponto-chave desta minha história. Três meses depois, eu abordei a tal Mônica por causa da identificação da Vittoria que ela havia provocado em mim. Assim que expressei para ela uma ideia que transcendia o tempo normal de uma vida humana – quando afirmei conhecê-la há 400 anos – começou a sequência de visões e sonhos premonitórios que revelavam a nova trajetória para a vida do "Carlos Eurico Poggi". Até hoje, não houve uma única falha na sequência dos "momentos-futuros" traduzidos de forma simbólica naquelas visões e sonhos premonitórios. Como só faltam três "momentos-futuros" por acontecer (o antepenúltimo começou em 2008), cujo tempo de duração não tem como ser previsto (o "momento-futuro" mais curto durou dois anos e o mais longo, dez), não há mais como duvidar de nada daquilo que vivi nos anos 1980.
Uma compreensão mais profunda não sugere a minha condenação a um exato determinismo, ou destino, mas a um círculo vicioso movido pela ilusão de viver a vida normal do "Carlos Eurico Poggi". A minha realidade íntima estava congelada na emoção pela Vittoria, e as visões e sonhos premonitórios apresentavam "momentos-futuros" em que a solução para esta situação apareceria diante de mim. Esta solução, do enigma emocional representado pela Vittoria Colonna, era contar para todo mundo o que aconteceu comigo, em 1983, que me levou ao caminho da arte. O descongelamento da minha realidade íntima dependia de eu me aceitar por inteiro. A apresentação como o próprio Michelangelo Buonarroti vivendo através da vida do infeliz "Carlos Eurico Poggi" era o remédio amargo diário que eu teria que estar engolindo desde então. O arrependimento que existe em mim é não ter começado a fazer isto antes de ver a destruição que seria imposta pela vida a todas as minhas iniciativas nos últimos 20 anos.
Diante deste texto, duvido que aqueles, com um mínimo de inteligência e sensibilidade, ainda possam achar que existe alguma loucura no que estou fazendo hoje. Estou apenas agindo de acordo com a minha realidade íntima, cujo sentido mostrou-se inabalável por décadas, por mais que eu a tenha atacado com as ideias de livre-arbítrio e acaso que a sociedade mundana nos impõe como verdades absolutas.
Como compreensão definitiva, acho que nunca existirá regras ou leis que padronizem a existência humana. Jamais haverá como entender tudo o que acontece conosco. E nem devemos tentar.